quarta-feira, maio 18, 2005


"Quarta-feira, Maio 18

Cordel III
Esqueci-me do dia burocrático dos Açores, terra onde nasci. Em tempos fui assessor e escrevi («ghost writer») discursos «açorianos» para um «chefe» e...calhou-me escrever sobre este dia. Juro que usei todos os lugares comuns que conhecia sobre o tema: a «puta» da açorianidade, nevoeiro, mar, o futuro, economia, solidariedade, coesão, Europa, desenvolvimento, Autonomia, mais Autonomia, Autonomia, progresso e finalmente ainda mais um pouco de Autonomia para o sufoco final; provavelmente para ser lido com grau de álcool superior ao limite legal. Obviamente terei também escrito sobre os nossos desgraçados irmãos da diáspora, os melhores de todos nós, especialmente em procissões, sandálias, polyester e contraceptivos baseados em Nossa Senhora de Fátima com um bispo socialista a ajudar ao voto e campanhas pagas por quem se sabe: ninguém.
Estes discursos cheiram mal. Fedem. Tresandam. Felizmente existe um povo mais ou menos sábio, mais ou menos ignorante, mais ou menos desgraçado que tudo aceita, desde que ninguém peça coragem e o desejo de enfrentarem o destino dos poetas. Estão mortos intelectualmente, quero eu dizer dos políticos que celebram estas coisas e da sociedade atávica, patética que os suporta.
O dia dos Açores não cabe aqui, nem quem o celebra pelo negócio merece qualquer coisa, talvez nem sequer a dignidade do respeito devido.Sou dos Açores, mais açoriano que qualquer um, mas não sou desta gente: sou livre.
posted by AJC @ 09:20 "

domingo, maio 15, 2005


Tourada - de António Dacosta

"António Dacosta nasceu em 1914 em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, e residiu parte do tempo em Lisboa, onde, além de pintar, também se dedicou à crítica de arte.
Depois de interromper as atividades por um longo tempo, em 1970 mudou-se para Paris, onde fixou residência e reiniciou a pintura de quadros.
A primeira fase de seu trabalho esteve ligada ao Surrealismo; em seguida, passou para o Abstracionismo, estilo em que se situa a sua segunda fase."